Palavras do dia 7

SOBRE A MORTE TRANQUILA E A

AGONIA DA HORA FINAL

Existem almas que alcançaram suficiente aprimoramento nesta vida, e outras que ainda têm muito a aprender. O estado das almas, ao deixarem seus respectivos corpos carnais e entrarem no mundo espiritual, varia de acordo com o grau de aprimoramento alcançado até então. A "alma" com suficiente grau de aprimoramento mantém-se consciente ao deixar o corpo carnal e, imediatamente após a desencarnação, consegue "ver" o envoltório carnal que ela acabou de despir. Ela não sente nenhuma dor ao abandonar o copo carnal. Tem uma morte tranquila. Mesmo depois de chegar ao mundo espiritual, permanece consciente e consegue ver e ouvir tudo que se passa ao seu redor.

O mesmo não acontece com as almas cujo nível de aprimoramento é inferior. Estas passam pelos sofrimentos de alguma doença, a fim de purificar os três tipos de carmas (carma do pensamento, carma das palavras e carma dos atos) que se acumularam enquanto o corpo carnal viveu neste mundo. O sofrimento faz parte do processo de purificação. Mas, graças à providêcia de Deus Misericordioso, os sofrimentos que passam de um certo limite são evitados com a "perda de consciência". E assim, aquelas almas com baixo nível de aprimoramento permanecem inconcientes ao passarem desde mundo para um lugar semelhante à "Sala de Espera" do mundo espiritual.

(Preceitos Diários, Revista Mundo Ideal, Novembro/2009).

Palavras do dia 6

NÃO HÁ UMA FORMA RIGIDAMENTE

DETERMINADA PARA O CULTO ÀS ALMAS DOS FALECIDOS

Quando compareço à reunião mensal da Associação Pomba Branca da Seicho-No-Ie, na Sede Central, frequentemente recebo perguntas referentes ao culto aos falecidos, tais como: De que maneira se deve cultuar as almas dos antepassados, como se deve proceder quando se pretende transferir o túmulo de um parente etc. Na verdade, não posso generalizar a resposta, já que as almas possuem cada qual "vida" e personalidades diferentes, com gostos e inclinações variados, e a "forma de cultuar" que satisfaz a vontade delas varia de um caso para outro. Nas referidas reuniões mensais da Associação Pomba Branca, às vezes dou respostas completamente diferentes para as perguntas do mesmo tipo. Isto porque o tratamento a ser dispensado às almas em ilusão difere naturalmente do tratamento a ser dispensado às almas que tenham despertado para a Verdade. Todavia, antes de nos preocuparmos com a questão de como tratar as almas, é essencial sabermos o que é a "morte". Não adianta querermos cultuar as almas dos mortos sem sabermos o que é a "morte", pois estaríamos cultuando sem base.

(Preceitos Diários, Revista Mundo Ideal, Novembro/2009).

Palavras do dia 5

QUANDO JULGAMOS QUE OS NOSSOS FILHOS

ESTÃO SE DESENCAMINHANDO

Frequentemente, as diferenças entre as gerações fazem com que os avós ou os pais julguem que seus netos ou filhos estão se desencaminhando e seguindo para o lado perigoso. Em tais ocasiões, os avós ou os pais, na qualidade de pessoas mais experientes, procuram dar conselhos aos jovens, mas estes, na maioria das vezes, se recusam teimosamente a mudar o seu modo de pensar e de viver. Nessas circunstâncias, de que maneira devemos aplicar a filosofia de que "Todo homem é filho de Deus", para fazermos com que os jovens retornem ao caminho certo? "Filho de Deus" é a Natureza Divina. Portanto, mesmo quando os nossos netos ou filhos pareçam estar se desencaminhando precisamos acreditar na perfeição da Natureza Divina que habita e despertar essa Natureza Divina através da leitura da Sutra Sagrada e da prática da Meditação Shinsokan; em certos casos, quando os pais efetuam constantemente a leitura da Sutra Sagrada em agradecimento às almas dos antepassados, a força protetora destes torna-se maior e faz com que o filho volte para o caminho certo.

(Preceitos Diários, Revista Mundo Ideal, Novembro/2009).

Palavras do dia 4

UMA RELIGIÃO "VIVA" E "ATIVA"

O Budismo fala sobre sobre a natureza búdica de todos os seres, e o Cristianismo ensina que dentro do homem habita o Espírito Santo. Ambos afirmam a natureza divina do homem, e neste ponto eles se identificam. Mas, enquanto essa verdade constituir tão somente objeto de especulação filosófica ou teológica do intelecto humano, não poderá salvar objetiva e concretamente o homem. A Seicho-No-Ie transcende o sectarismo religioso, prega a verdade comum a todas as religiões e ensina as pessoas a viverem a sua "natureza divina", na vida real. Aí está a razão do progresso peculiar da Seicho-No-Ie. Se queremos expressar em palavras comuns a característica da Seicho-No-Ie, podemos dizer que ela é uma religião que está viva e ativa dentro da vida real, um "Budismo prático" ou um "Cristianismo aplicado à vida real".

(Preceitos Diários, Revista Mundo Ideal, Novembro/2009).

Palavras do dia 3

A NATUREZA BÚDICA, O CRISTO INTERNO,

O ESPÍRITO SANTO QUE EXISTE DENTRO DO HOMEM

Neste momento, tenho diante de mim a Bíblia Sagrada, aberta numa das páginas do "livro de Jó", no Velho Testamento. No capítulo 32, versículos 6-8 do "livro de Jó", lemos as seguintes palavras de um jovem chamado Eliú: "Sou o mais novo de idade, e vós mais velhos; portanto, abaixando minha cabeça, não me atrevi a expor-vos o meu parecer. Por que eu esperava que falasse a idade mais madura, e que os muitos anos ensinassem a sabedoria. Mas pelo que vejo, o Espírito está nos homens, e a inspiração do Onipotente é que dá a inteligência".

Isto, expressado resumidamente em linguagem atual, significa: "Como sou muito jovem, mantive-me reservado e não quis dar minha opinião. Mas, digo-lhes, agora: dentro do homem existe o 'espírito', este é o 'Espírito Santo' do Todo-Poderoso, que dá grande sabedoria ao homem'.

Este pensamento tem muito em comum com o ensinamento do Budismo, que diz: "Todos os seres possuem natureza búdica". Poderemos dizer, também, que vemos no Velho Testamento a germinação da ideia do "Cristo Interno".

(Preceitos Diários, Revista Mundo Ideal, Novembro/2009).

Palavras do dia 2

COMO DEVEM PROCEDER OS AVÓS E OS PAIS?

Acho que os avós ou os pais devem sentir uma profunda solidão ao notar as divergências que há entre o seu modo de pensar e o modo de pensar de seus netos ou seus filhos. Porém, é necessário que eles suportem essa solidão, essa tristeza. É preciso compreender que, em qualquer época, os jovens sempre procuram viver a sua própria vida: assim é agora, nesta era de rápidas transformações ideológicas, e assim foi também no passado, quando as famílias viviam dentro de um rigoroso regime patriarcal. Naqueles tempos, havia casais de namorados que chegavam a escolher a morte, diante da impossibilidade de realizarem os seus sonhos; havia também jovens que, devido à sua rebeldia contra os pais, eram expulsos da casa, ficando rompido o vínculo entre pai e filho. Se as tragédias resultantes das divergências de opiniões devido à diferença das idades eram frequentes até mesmo nos tempos em que predominava o regime patriarcal nas famílias, é natural que o rompimento espiritual entre avós e netos e a oposição de ideias entre pais e filhos tenham se intensificado nesta era de transformações aceleradas, notadamente no Japão de após guerra, que teve o seu antigo sistema familiar destruído pela constituição imposta pelos ocupantes.

É compreensível que as avós se preocupem com o modo de viver aparecentemente desenfreado de suas netas, ou que os pais considerem um erro o fato de seus filhos seguirem um rumo de vida diferente daquele que era esperado. Surge, então, a pergunta: em tais ocasiões, o que devem fazer as pessoas idosas, na qualidade de "antecessores" dos jovens, e os pais e mães, que são os seus responsáveis? Com que sentimento devem dirigir-se aos jovens, para orientá-los corretamente e evitar que eles trilhem para caminhos errados?

Gostaria de buscar junto com vocês, leitores, a resposta para estas perguntas.

(Preceitos Diários, Revista Mundo Ideal, Novembro/2009).

Palavras do dia 1

ROMPIMENTO ENTRE A AVÓ E A NETA

Dizem que a era atual é a era do conflito de gerações. Os filhos alimentam o desejo de se separar dos pais e viverem livremente a sua vida, porque a sua maneira de viver difere totalmente daquela de seus pais. Tenho acompanhado a novela a NHK, intitulada Uma família do norte. Uma das personagens dessa novela é uma jovem chamada Shizu, que morava em Hokkaido, mas teve que se mudar, juntamente com a mãe, para a casa da avó, na cidade de Kanazawa, porque seu pai fracassara nos negócios e a família se encontrava numa grande dificuldade financeira.

A família da avó é uma das mais ricas da região. Por isso, a velha senhora quer educar sua neta como convém a uma moça de família tradicional, ensinando-lhe "ikebana", "cerimônia de chá" etc. Ela não quer que a neta trabalhe fora, pois pensa que isso seria vergonhoso para uma família tradicional como a sua. Mas, ao contrário da avó, Shizu acha que trabalhar é uma coisa digna e, chegando à conclusão de que não há necessidade nenhuma de perder sua liberdade vivendo às custas da avó, aluga o andar de cima de uma marcenaria e vai morar lá. Arranja um emprego como aprendiz de enfermeira no consultório de uma médica que foi colega de sua mãe no tempo de ginásio e, depois de largar as aulas de "ikebana" e "cerimônia de chá" começa a aprender datilografia e taquigrafia. Daí para frente, ela vai fazendo coisas que, na opinião da avó, são trabalhos de gente humilde. A intenção da avó é tornar a neta feliz, proporcionando uma porção de coisas que ela julga serem benéficas para a moça. Mas o problema é que os jovens de hoje não aceitam as ideias das pessoas idosas. Essa novela mostra muito bem a solidão e a tristeza de uma avó que lamenta a divergência de ideias entre as gerações.

(Preceitos Diários, Revista Mundo Ideal, Novembro/2009).